quarta-feira, 25 de agosto de 2010

25 DE AGOSTO – DIA DO SOLDADO

Longe de minha tropa, em gozo de férias, motivado pela data, debrucei-me em pesquisar na NET informações que retratassem a significativa data. A pesquisa me conduziu a vários artigos que mesmo juntados e intercompletando-se, estão longe de mostrar a grandeza desse grande brasileiro – Luís Alves de Lima e Silva “Duque de Caxias”.

Desta forma agradeço e enalteço a todos os pesquisadores que em diversos sites mencionados ao final, proporcionaram elementos enriquecedores para me permitir tentar sintetizar em um só, as informações valiosíssimas aqui compiladas.

Ainda há muito a pesquisar, muito a aprender, muito a emocionar, pois sua vida e seus exemplos ilustram de forma cristalina a magnitude do que foi e é ser um SOLDADO.

A emoção aflorada, além de me orgulhar, me impele a compartilhar com todos os meus amigos e companheiros, que também através dos seus exemplos de conduta, devoção à causa de bem servir à sociedade, diariamente mediam conflitos sociais, tornando-se exemplos para as atuais e futuras gerações.

Soldado é uma graduação da hierarquia militar, derivando o termo do latim solidarius – alguém que é pago para servir.

A carreira de soldado das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e das Forças Auxiliares (Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares) proporciona ao jovem, o aprendizado de valores como disciplina, hierarquia, organização, amor à pátria, solidariedade e perseverança, entre vários outros que orientam suas atividades dentro e fora do quartel.

É uma profissão, remunerada como qualquer outro trabalhador de classe, mais sem sombra de dúvidas uma das missões públicas mais nobres, porque além de servir aos cidadãos, serve-se também aos Estados Federados e à Nação.

O soldado exerce uma variada gama de atividade em tempos de guerra e na manutenção da paz, dentro e fora do país, inclusive prestando auxílio à população em situações de calamidade.

Assim, existem pessoas que se sobressaem marcando a sua época e os que estão a sua volta, neste sentido, falar de Duque de Caxias é falar do homem, do humanista, do militar, do político e do estadista, que ajudou a construir esta nação em um momento importante de sua história durante o reinado de Dom Pedro II.

Em homenagem a Duque de Caxias, o dia de seu nascimento, 25 de agosto, passou a ser a data oficial do Dia do Soldado, em face dos sessenta anos de serviço prestados por ele ao Exército Brasileiro e momento em que todas as Unidades Militares do Exército Nacional, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, recordam sua vida e os seus exemplos.

Ao longo do século XX, o Dia do Soldado foi perdendo a sua popularidade e não mais é um dia público de festividade, com raras e honrosas exceções e nem mesmo são mais organizadas paradas militares em sua honra, mas o dever de venerá-lo ainda se perpetuará por aqueles que abnegadamente seguem seus exemplos.

Biografia de Caxias

Luís Alves de Lima e Silva nasceu em 25 de agosto de 1803 na Fazenda de São Paulo, no Taquaru, Vila de Porto de Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro quando o Brasil era Vice Reino de Portugal. Hoje, é o local do Parque Histórico Duque de Caxias, no município de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro.

Descendente de família em que mesclavam o sangue francês, português e brasileiro, pertenceu a um clã que em três gerações, descenderam 11 generais.

Filho do Marechal-de-Campo Francisco de Lima e Silva e de D. Mariana Cândida de Oliveira Belo. Ao seu pai, Vereador da Imperatriz Leopoldina, coube a honra de apresentar em seus braços à Corte, no dia 02 de dezembro de 1825, no Paço de São Cristóvão, o recém-nascido que, mais tarde, viria a ser o Imperador D. Pedro II.

Em 1808, época em que a Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil, Caxias aos 05 anos de idade obteve de D. João VI a permissão para integrar a tropa regular, sentando praça, sendo titulado Cadete de 1ª Classe no 1º Regimento de Infantaria, ingressando, posteriormente, na Academia Real Militar, quando foi incentivado para a carreira dos seus ancestrais, pois junto com seu pai, já freqüentava o expediente no Quartel do 20º Batalhão dos Sapadores Reais.

Em 1818, aos quinze anos de idade, regressou promovido a Tenente, em 1821, passa a servir no 1º Batalhão de Fuzileiros, unidade de elite do Exército, recém-criado Batalhão do Imperador, como ajudante onde ali recebeu o batismo de fogo.

Em 03 maio 1823, foi incorporado ao Regimento comandado pelo seu tio José Joaquim de Lima e Silva, em Serros da Bahia, onde foi vitoriosa campanha em 02/07/1823, contra tropas portuguesas que se negavam a reconhecer a Independência do Brasil, quando pôde revelar excepcionais qualidades de iniciativa, comando, inteligência e bravura. Aquele comandante havia assumido o comando das forças brasileiras, então sob o comando do general (mercenário) francês Pedro de Labatu, que lutava contra as tropas portuguesas do famigerado sanguinário Brigadeiro Luiz Ignácio Madeira de Mello, o qual foi vencido na batalha do Pirajá e ao recuar para a cidade de Salvador aceitou os termos impostos pela rendição, abandona a cidade e se retira para a sua pátria, Portugal.

Em 1825 com pouco mais de 20 anos, foi promovido a capitão e participou, ainda com o Batalhão do Imperador, da Campanha da Cisplatina, já regressando no posto de major.

No dia 6 de janeiro de 1833, o major Luís Alves se casou com Ana Luísa de Loreto Carneiro Viana, de 16 anos.

A cerimônia foi realizada no Rio de Janeiro, num dia de Reis, sem o consentimento dos pais da noiva. Inicialmente, a mãe de Ana não aprovou a união, pois Luís Alves não vinha de família nobre e eram 14 anos mais velhos que Ana.
Enfim, o casamento foi aceito e a cerimônia civil acabou sendo realizada com a presença de um padre.
Na lua-de-mel, Ana propôs que Luís deixasse o Exército para viverem sem ausências repentinas. A esposa temia que as campanhas afastassem o marido de casa por muito tempo.
Quando Luís ia entregar ao Ministro da Guerra seu requerimento de dispensa, Ana voltou atrás e o incentivou a fazer carreira.
Tiveram duas filhas, que eram chamadas de Anicota e Aniquinha. O único filho morreu aos 14 anos. Caxias o chamava de cadete, cadete Luisinho ou Luisinho.
Entre os familiares, Caxias era tratado como Luís.
Caxias também teve um filho de criação a quem deu seu nome, Luís Alves. Era um índio, órfão de mãe, que veio do Maranhão. Ele foi companheiro do filho legítimo de Caxias. Quando ficava triste, o menino passava dias vagando na floresta. Em testamento, Caxias deixou-lhe todas as suas roupas.

Em 1837 foi promovido a Tenente-coronel e participou da Revolução Farroupilha (RS).

Em 02 de dezembro 1839, já coronel, passou a encarnar a auréola de Pacificador e Símbolo da Nacionalidade, ao ser nomeado Presidente da Província do Maranhão e Comandante-Geral das Forças em Operações, para debelar a "Balaiada", recebendo após o título de Barão de Caxias, por conta do nome da cidade onde se deu a completa rendição dos "balaios", em 1841.

Voltando ao Rio de Janeiro, foi destacado para sufocar a rebelião de Sorocaba, chefiada pelo ex-presidente da Província de São Paulo, Rafael Tobias de Aguiar. Contou com a participação da Marquesa de Santos, com o padre Diogo Antônio Feijó, ex-regente do Império e outras figuras importantes de uma monarquia agonizante (isso acontecia em 1842, dois anos após a maioridade do príncipe D. Pedro, futuro Pedro II).

Sufocada a rebelião de Sorocaba, Caxias foi chamado a pacificar Minas Gerais, derrotando os liberais daquela Província.

Em fins de 1842, foi nomeado Presidente e Comandante-em-Chefe do Exército em operações no Rio Grande do Sul, para combater a Revolução Farroupilha “Guerra dos Farrapos” (1835-45) e ao término da qual foi efetivado como Marechal-de-Campo, foi eleito Senador pelo Rio Grande do Sul e distinguido com o título de Conde.

No período de 1845/1851, foi novamente nomeado Presidente e Comandante-em-Chefe do Exército do Sul, desta feita, para lutar contra Oribe, no Uruguai, e, logo a seguir, contra Rosas, na Argentina. Conseguindo pacificar o Rio Grande do Sul, convulsionado com dez anos de guerra civil, onde usou de toda a sua competência e autoridade de verdadeiro estadista, conseguindo uma paz honrosa para os combatentes. Vitorioso mais uma vez, foi promovido a Tenente-General e foi honrado com o título nobre de Marquês de Caxias.

Em 16 junho de 1855, foi Ministro da Guerra e em 1856, Presidente do Conselho de Ministros, ambos pela primeira vez e em 1863 chegou a Senador.

A guerra contra o Paraguai seguia a passos lentos, com brilhantes vitórias e alguns reveses, como o de Curupaiti, além de sérias conseqüências.

Em 10 de outubro de 1866, foi nomeado Comandante-em-Chefe das Forças do Império em operações contra as tropas do ditador Francisco Solano Lopez do Paraguai, sendo efetivado no posto de Marechal-de-Exército, assumindo, em 10 de fevereiro de 1867, o Comando-Geral das forças em operações (forças aliadas), em substituição ao General Mitre, da Argentina.

Caxias reorganizou, rearmou, disciplinou e saneou os exércitos aliados e partiu para a ofensiva, vencendo as forças regulares do "El Supremo" ditador paraguaio, seguindo-se uma série de retumbantes vitórias, como o cerco de Humaitá, em Itororó, Avaí, Lomas Valentinas (onde tomado de justo orgulho, bradou aos seus soldados: "O Deus dos Exércitos está conosco. Eia! Marchemos ao combate, que a vitória é certa, porque o General e amigo que vos guia, ainda, até hoje, não foi vencido!"), a rendição de Angustura, abriram a porta da capital paraguaia às tropas brasileiras e aliadas. Esta fase da guerra foi chamada de "Dezembrada" e culminou com a entrada triunfal dos aliados em Assunção no dia 5 de janeiro de 1869.

Porém a guerra não terminou aí, pois Lopes se retirou para o nordeste com os remanescentes de suas tropas. Caxias, já velho e cansado, passou o comando para o príncipe Gastão de Orleans, o Conde D´EU, que perseguiu o inimigo até o Cerro Corá, onde alcançou a 1º de março de 1869. O cabo Chico Diabo matou o ditador e a guerra acabou. Foram suas últimas palavras do ditador: "Me muero com mi pátria".

A Guerra do Paraguai vencida pela aliança Brasil-Argentina-Uruguai em janeiro de 1869, terminou com um saldo de mais de 01 milhão de paraguaios mortos (cerca de 80% da população).

Na Guerra do Paraguai, Caxias se mostrou um comandante preocupado com a sua tropa e corajoso. “Sigam-me os que forem brasileiros” é a célebre frase do Soldado Brasileiro, Luís Alves de Lima e Silva, na guerra do Paraguai.

O Imperador lhe concedeu, em 23 março de 1869, o título de Duque - o mais alto título de nobreza concedido pelo imperador.

Caxias ainda foi Ministro da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros por mais duas vezes; sendo a última de 1875 a 1878.

Foi o vulto mais exponencial de seu tempo. Depois de participar de fatos marcantes da história brasileira, já com idade avançada, decidiu voltar à terra natal, o Rio de Janeiro. Instalou-se na sua Fazenda Santa Mônica, na Estação Ferroviária do Desengano. O local, que hoje é conhecido como Juparanã, fica próximo a Vassouras.

Faleceu em 07/05/1880 às 20h30 em sua propriedade, nas proximidades do Município de Vassouras - RJ foi vestido com um uniforme modesto de marechal-de-exército, com apenas duas de suas condecorações de bronze no peito: a do Mérito Militar e a Geral da Campanha do Paraguai. Seus desejos, expressos em testamento, foram respeitados. Ele pediu um enterro sem pompa, com dispensa de honras militares. O enterro foi pago pela Irmandade da Cruz dos Militares. O corpo não foi embalsamado, o féretro foi conduzido por seis soldados antigos e de bom comportamento, pertencentes à guarnição da Corte e transportado do 1° ao 10º Batalhão de Infantaria, sendo conduzido para o Rio e enterrado no Cemitério do Catumbi.

Hoje, os restos mortais do Patrono do Exército e os de sua esposa jazem no mausoléu defronte do Palácio Duque de Caxias, no Centro do Rio de Janeiro.

Em todos os momentos em que esteve à frente de seus comandados Caxias se mostrou como sendo um comandante equilibrado, que não costumava humilhar os vencidos, pelo contrário buscava a conciliação, pensando em algo maior, que era a unidade do Brasil.

Durante a sua vida Caxias teve dois grandes amores, a Pátria, por meio do Exército o qual serviu por mais de 40 anos, chegando ao mais alto posto daquela Corporação, Marechal de Campo, e a sua família, representada por sua esposa e filho.

A Maçonaria do Brasil também teve a honra de ter em seus quadros Luís Alves de Lima e Silva, o qual durante os momentos em que exerceu cargos políticos, seja como Senador, Presidente de Província ou Ministro, nunca deixou que suas luvas brancas fossem maculadas por atos de improbidade ou qualquer outro procedimento que pudesse torná-lo indignado de todas as glórias com as quais foi distinguindo durante sua vida.

Caxias sufocou muitas rebeliões contra o Império e entre tantos títulos como "O Pacificador", foi o vulto mais exponencial de seu tempo, chamando-lhe os apologistas, de "O Condestável do Império". Marechal do Exército, Conselheiro de Estado e da Guerra, Generalíssimo dos Exércitos da Tríplice Aliança, Barão, Conde, Marquês, Duque, Presidente de Províncias, Senador, três vezes Ministro da Guerra, três vezes Presidente do Conselho de Ministros, o "Artífice da Unidade Nacional", eis Caxias, Patrono do glorioso e invicto Exército Brasileiro!

Ainda em sua homenagem, foi criada a Medalha do Pacificador, uma vez que Caxias foi o homem que durante o Império manteve a unidade Nacional, mediante o diálogo e a reconciliação.

Desde 1931, os cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras do Exército Brasileiro recebem uma réplica do sabre do Duque de Caxias, o Espadim Duque de Caxias, que os acompanha do Dia do Espadim até o dia em que após serem forjadas no aço da Espada serão declarados Aspirantes-a-Oficial. A arma original está guardada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, desde 1925.

O saudoso e venerando jornalista Barbosa Lima Sobrinho o cognomina de "O Patrono da Anistia" e o povo brasileiro, em espontânea consagração, popularizou o vocábulo "CAXIAS", com o qual são apelidados os que cumprem, irrestritamente, os seus deveres.

O inesquecível sociólogo Gilberto Freyre, no reconhecimento das excelsas virtudes do Duque de Caxias, assim se expressou: "Caxiismo não é conjunto de virtudes apenas militares, mas de virtudes cívicas, comuns a militares e civis. Os "caxias" devem ser tanto paisanos como militares.
O caxiismo deveria ser aprendido tanto nas escolas civis quanto nas militares.

É o Brasil inteiro que precisa dele"...

Mas, foi no momento de sua passagem para o outro mundo, para se aproximar do Grande Arquiteto do Universo, que Caxias deixou o seu exemplo, e esse momento foi muito bem retrato pelo grande literato Visconde de Taunay, autor da Retirada da Laguna, então Major do Exército, que proferiu uma alocução que foi assim concluída:

"Carregaram o seu féretro seis soldados rasos; mas, senhores, esses soldados que circundam a gloriosa cova e a voz que se levanta para falar em nome deles, são o corpo e o espírito de todo o Exército Brasileiro. Representam o preito derradeiro de um reconhecimento inextinguível que nós militares, de norte a sul deste vasto Império, vimos render ao nosso velho Marechal, que nos guiou como General, como protetor, quase como pai durante 40 anos; soldados e orador, humildes todos em sua esfera, muito pequenos pela valia própria, mas grandes pela elevada homenagem e pela sinceridade da dor".

O texto foi escrito a princípio como um discurso destinado a uma solenidade realizada na sede da 4ª Região Militar, com sede em Belo Horizonte, comemorativa do Dia do Soldado, onde foi entregue a Medalha Duque de Caxias da Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira aos agraciados, civis e militares. Posteriormente, o texto se tornou uma homenagem a Caxias e foi publicada originariamente no site de Paulo Tadeu Rodrigues Rosa - Recanto das Letras em 18/02/2007. Código do texto: T385898.

A toda sociedade brasileira. FELIZ DIA DO DOLDADO.

São Luís/MA, 25 de agosto de 2010.

Ten Cel QOPM Carlos Augusto Furtado Moreira
Comandante do 10º BPM / PMMA


REFERÊNCIAS

http://dalvaniralopes.zip.net/arch2008-08-24_2008-08-30.html
http://www.jornalpontofinal.com.br/320/25-de-agosto---dia-do-soldado
http://www.sempretops.com/dicas/dia-25-de-agosto-dia-do-soldado/
http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/diasoldado.html
http://recantodasletras.uol.com.br/homenagens/385898
http://dalvaniralopes.zip.net/arch2008-08-24_2008-08-30.html

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